O fotógrafo de plenitudes
Vento abraçando o rosto. O silêncio das palavras reina, mas a floresta canta. Estamos nós dois no banco de trás de um tuc-tuc no norte do Peru.
Eu pego meu voo amanhã, você continua a(s) estrada(s). Somos pássaro que voa de ninho em ninho — nossa casa é a troca de olhares. Eu sou um pouco borboleta também, ja me contou pachamama. Você é quelquer bicho do afeto — volta pra gente encontrar qual.
Você olha no meu olho por alguns segundos, segura minha mão, e me pede minha camêra. Você não diz mais nada e guarda esse momento em uma imagem fixa.
Hoje eu olhei essa foto e sentia minha vontade de parar, ir a pé, e entregar pro universo. Eternalizar minutos da nossa vida nos permite ter consciência do que nos faz realmente plenes.
Olho pela janela, e parece que vi um avião. É o seu?